O policial reformado e advogado Mizael Bispo de Souza foi condenado a
20 anos de prisão, inicialmente a ser cumprido em regime fechado, pelo
homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, com emprego de
meio cruel, e mediante a utilização de recurso que dificultou ou
impossibilitou a defesa da vítima - da sua ex-namorada Mércia Nakashima,
em maio de 2010.
Na sentença, o juiz disse que o fato do réu ter mentido
foi considerado como agravante, aumentando sua pena. Segundo previsão da
defesa, Mizael teria que cumprir pelo menos sete anos em regime fechado
- dois quintos da pena - e depois poderia recorrer para responder o
restante em regime semiaberto. Mesmo assim, após a leitura da sentença, a
defesa apelou da decisão em plenário.
Segundo o entendimento dos jurados, expresso na votação dos quesitos propostos pelo juiz
, Mércia foi morta por afogamento com o placar mínimo de 4 a 0, não
havendo a necessidade da abertura dos votos dos outros três jurados. A
autoria do crime atribuída a Mizael recebeu o mesmo placar: 4 a 0. Já a
utilização de meio cruel para matar a vítima recebeu quatro votos a
favor e um contra.
Os familiares de Mércia, de mãos dadas, ouviram
atentamente à leitura da sentença, emocionados. Após a condenação,
Márcia, irmã de Mércia, gritou no plenário: "Assassino maldito!".
Por ser policial reformado, Mizael irá cumprir pena no
Presídio Militar Romão Gomes, no Tremembé, na zona norte de São Paulo, a
única cadeia para policiais militares no Estado de São Paulo.
Fora do fórum, o número de manifestantes a favor da
condenação de Mizael foi maior no último dia de julgamento. Grupos
formados por famílias que tiveram parentes vítimas de violência foram
prestar solidariedade à família de Mércia. Antes da sentença, eles
soltaram fogos de artifício
O dia
Nesta quinta-feira, quarto dia de julgamento, os membros
da acusação e defesa fizeram seu debate sobre o crime. Primeiro a
defender em plenário a tese, o promotor Rodrigo Merli Antunes passou mais de uma hora tentando desconstruir os argumentos da defesa
, que durante os três últimos dias de julgamento descreditou as
conclusões da investigação policial. “Não existe excesso de
coincidências”, afirmou o promotor com as mãos sobre os volumes do
processo e olhos fixados nos sete membros do júri, que no final do dia
decidirão o futuro do réu.
Depois de o promotor, o assistente de acusação, Alexandre
de Sá Domingues, tomou a palavra para comentar a relação do réu com a
vítima. Domingues apontou 19 “mentiras”
ditas por Mizael e, com fotos de Mércia e da família sendo projetadas
na parede, ele leu um e-mail enviado pelo réu à Mércia com suas razões
para sentir-se magoado com ela.
Na sequencia, os três advogados de defesa de Mizael -
Wagner Garcia, Samir Haddad Jr. e Ivon Ribeiro - tentaram mostrar que as
provas não comprovam que Mizael esteve na cena do crime e que as provas
mais fortes contra o réu foram forjadas pelos policias que participaram
da investigação, coordenada pelo delegado Antonio de Olim.
Ouve tu , então desde os céus e age e julga a teus servos ,condenando ao impio.. 2 CRÔNICAS 6/23
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