Um dos policiais militares que faziam segurança particular de PC Farias
procurou atribuir a Deus o resultado do júri que o absolveu, na noite de
sexta (10), da acusação de participação nas mortes de Suzana Marcolino e
do tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor. “Quem tem fé
e Deus no coração está imune a qualquer tipo de injustiça”, afirmou o
terceiro-sargento Josemar Faustino dos Santos, que é evangélico.
Os
quatro seguranças eram acusados de homicídio por, no mínimo, terem sido
omissos ao não evitarem as mortes. Em 1996, quando mortos, PC Farias
tinha 50 anos, e Suzana, 28. Eles foram encontrados com um tiro cada, na
cama, na casa de praia do empresário, em Maceió. “A justiça foi feita.
Deus é justiça e os olhos do Senhor estão atentos a tudo que se passa na
terra”, afirmou Gilcicleide dos Santos, irmã de Josemar.
“Foi
mais um degrau que subimos em direção à justiça”, disse Nailde Alves,
mulher do primeiro-sargento Reinaldo Correia de Lima Filho. Ela disse
que as absolvições “já eram esperadas”. Um dos outros acusados, o
policial Reinaldo de Lima Filho afirmou que foi a “vitória da verdade”.
“Estamos de alma lavada.”
Emocionados, o primeiro-sargento
Adeildo Costa dos Santos e o cabo reformado da PM José Geraldo da Silva
disseram apenas que estavam felizes e que a justiça havia sido feita.
Como estavam de plantão na noite do crime, os jurados consideraram que
eles foram omissos ao não terem evitado os crimes, mas acabaram os
absolvendo por “clemência”. A mulher de Adeildo passou mal após a
divulgação da sentença. Precisou ser amparada por parentes e retirada do
plenário.
Julgamento
Após cinco dias de sessões, o
julgamento ainda deixou em aberto questões sobre o caso. Os jurados
concluíram que Suzana Marcolino, então namorada de PC, não se matou e
depois assassinou PC, como defendiam a perícia de Badan Palhares e a
primeira apuração da polícia de Alagoas, ainda em 1996.
Para os
jurados, o casal foi assassinado. O principal mistério do caso, contudo,
não foi esclarecido - ainda não se sabe quem matou PC e Suzana. Para a
Promotoria, que defende a tese de “queima de arquivo”, isso nunca virá à
tona.
O juiz responsável pelo julgamento, Maurício Breda,
determinou que sejam encaminhadas ao Ministério Público acusações feitas
durante as sessões contra o ex-deputado Augusto Farias, irmão de PC.
Dois
delegados que apuraram o caso e indiciaram Augusto sob suspeita de
autoria intelectual em 1999 afirmaram que um porta-voz do ex-deputado
ofereceu suborno a eles. Augusto nega e diz que foram os delegados quem
propuseram um acordo em que ele ajudaria a incriminar os seguranças e em
troca seria poupado na investigação, o que os delegados refutam.
O
inquérito do caso PC contra Augusto Farias acabou sendo arquivado no
STF (Supremo Tribunal Federal) por falta de provas, após parecer neste
sentido do então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. O
inquérito tramitou no STF porque ele à época contava com foro
privilegiado por ser deputado federal.
TU AMAS A JUSTIÇA E ODEIAS A IMPIEDADE; Salmos 45/7
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