Foi concedida 5 de
abril, por volta das 7h30 da manhã, a liberdade provisória dos
missionários brasileiros José Dilson da Silva e Zeneide Moreira Novais
que estavam detidos em uma prisão na cidade de Thiès, no Senegal. No Habeas corpus,
julgado pela Corte de Apelação de Dakar, foi concedida a liberdade
provisória para os missionários pelo prazo de 30 dias, período este no
qual acontecerá o julgamento definitivo do processo. A ação teve a
participação decisiva da Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE, que instruiu e forneceu documentação necessária ao advogado local, Dr. Mbaye Dieng, designado para cuidar do caso.
A ANAJURE foi acionada pelo presidente
da Igreja Presbiteriana do Brasil reverendo Roberto Brasileiro da Silva,
que solicitou apoio jurídico total para a libertação dos missionários.
Em conjunto com a Religious Liberty Partnership, entidade que reúne
organizações jurídicas do meio cristão internacional, e com a Advocates
International, que atua no meio jurídico internacional em defesa das
causas cristãs, a ANAJURE efetivou contatos com familiares e
providenciou os meios jurídicos necessários para a libertação dos
brasileiros.
José Dilson e Zeneide cumprirão a partir
de agora os ritos obrigatórios decorrentes de sua liberdade provisória,
como se apresentar todos os dias na prisão de Thiès. A partir desse
momento, um advogado cristão senegalês nomeado pela ANAJURE, Dr. Sylva
Brice Magna, estará fazendo o acompanhamento processual do caso no país
africano juntamente com o Dr. Mbaye Dieng e os demais advogados, em uma
somatória de esforços na defesa dos missionários.
Missionário engajado na causa dos
pobres, necessitados e crianças na África, José Dílson criou a Escola
ABC, que apoia e beneficia centenas de famílias através da educação de
seus filhos. A escola tem atualmente 200 alunos inscritos, da pré-escola
até o quarto ano, que recebem diariamente alimentação, e são inseridos
socialmente por meio do esporte, na forma de escolinhas de futebol em
Dakar. Também por meio do projeto Obadias, fundou um orfanato-escola
para meninos em situação de abandono social. O projeto contribui
decisivamente para o desenvolvimento humano e social de menores que
viviam nas ruas do Senegal, oferecendo abrigo, alimentação e ensino.
Atuando em um país no qual 95% da
população é muçulmana, os missionários brasileiros foram presos após a
queixa do pai de um dos jovens apoiados pelo projeto desenvolvido no
Senegal, descontente de ver o filho tornar-se cristão. Segundo ele, seu
filho passou a recusar participar dos rituais religiosos do islamismo.
Os missionários estavam presos desde
novembro de 2012. Na prisão, se depararam com condições desumanas de
encarceramento: superlotação, falta de ventilação, falta de higiene,
presença de ratos e baratas, entre outras coisas. Os espaço para os dois
era um pequeno colchão estendido no chão.
Os missionários foram pegos de surpresa
com a ordem de prisão e foram obrigados a assinarem documentos cujo
conteúdo não puderam conhecer. As acusações, de formação de quadrilha,
exploração de menores, desvio de menores, revelaram-se posteriormente
pela próprias autoridades locais como infundadas.
Os próximos passos na atuação da ANAJURE
em favor dos missionários são o acompanhamento processual, a instrução
do processo com provas da inocência e a regulamentação e assistência
jurídica completa ao Projeto Obadias.
E DISSE-LHES: Ide por todo mundo , pregai o evangelho a toda a criatura. MARCOS 16/15
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