terça-feira, 9 de abril de 2013

"Grão de Mostarda" Projeto de ressocialização de detentos.

Especialmente convidada para apresentar o crescente projeto de boas práticas “Grão de Mostarda”, voltado à ressocialização de presos, a juíza Isabele Papafanurakis Noronha, da comarca de Loanda, proferiu na quinta-feira, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, uma palestra que despertou a atenção da plateia durante evento da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado do Paraná.
Após o convite especial encaminhado pela secretária Maria Tereza Uille Gomes, durante encontro que lançou o novo modelo de gestão da execução penal do Paraná, Isabele falou aos presentes sobre a ressocialização de presos, trabalho de egressos e emocionou a plateia ao apresentar um vídeo sobre o Grão de Mostarda. “A prevenção vem da ideia da ressocialização. O Brasil é campeão na repressão. Dados do CNJ mostram que em 2010 nós tínhamos uma população carcerária de mais de 400 mil detentos. Essa população carcerária só fica atrás dos Estados Unidos , China e Russia. Mas, e a capacidade de prevenção? De ressocializar? Foi com essa ideia, com esse sentimento de angústia, de indignação e de tentar fazer algo para ajudar a comunidade em que eu vivia que eu criei o projeto Grão de Mostarda. Segundo a Bíblia, a menor semente que existe é o grão de mostarda. Porém, se plantado em solo fértil, nasce uma árvore frondosa e com muitos frutos. O grão de mostarda é a pequena atitude, minha como juíza, de empresários que proporcionam emprego aos detentos, ou de um evangelista que vai até a prisão e deixa uma palavra de conforto, por exemplo. Esse é o grão de mostarda”, ressaltou.

Segundo a magistrada, o trabalho desenvolvido pelo Grão de Mostarda parte de cinco vertentes fundamentais, como a realização de mutirões carcerários, verificação do cumprimento da pena, trabalhos laborais e colocação de egressos no mercado de trabalho. O projeto de Isabele também recebeu grandes elogios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “A intenção, com a realização de mutirões carcerários, é que os presos tenham conhecimento da situação, que tenham uma pena justa e consciência de seus direitos. Que tenham noção de que a execução penal esteja sendo cumprida de forma correta. Infelizmente, os presos são pessoas segregadas na sociedade. Não temos ex-alunos do colégio Rio Branco atrás das grades. Nós temos os negros e pobres, principalmente”, destacou Isabele.
Participaram do encontro, além da magistrada e da secretaria de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, o vice-governador e secretário de Educação, Flávio Arns, demais secretários do Executivo estadual, prefeitos, vereadores, empresários, profissionais da área de educação e servidores estaduais. O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná foi representando pelo juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Júnior, da 1ª Vara de Execuções Penais de Curitiba.

O qual é realmente a mais pequena de todas as sementes  ; mas , crscendo  , é a maior das plantas , e faz-se uma árvore , de sorte que vêm as aves do céu , se aninham no seus ramos .  MATEUS 13/31

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