Cão na prisão, detento
mais calmo
Paula NeivaDetenta de penitenciária americana: os cachorros reduzem a agressividade |
O contato com animais
oferece benefícios que extrapolam os consultórios
médicos. Entre eles está a ressocialização
de presidiários. Várias penitenciárias
americanas participam de programas para a formação
profissional de presos como especialistas em cuidados
com cachorros. Alguns aprendem a tosar, dar banho e
adestrar os bichos. Outros se tornam treinadores de
cães farejadores para uso policial ou que servirão
de guias para cegos ou acompanhantes de pacientes epiléticos
e deficientes físicos. O objetivo é ensinar
um ofício aos presidiários e, ao mesmo
tempo, oferecer-lhes a oportunidade de desenvolver laços
afetivos. "Isso aumenta a auto-estima e o senso de responsabilidade
dos presos e também as suas chances de ressocialização
no futuro", disse a VEJA Kate Losey, diretora do grupo
de voluntários da Puppies Behind Bars, uma das
principais ONGs americanas empenhadas em viabilizar
o treinamento de cães em presídios. "Os
cães oferecem amor e respeito incondicionais
– sentimentos com os quais muitos dos presidiários
nunca tinham tido contato na vida."
O resultado imediato,
segundo estudos americanos que avaliaram o impacto de
iniciativas do tipo, é que a vida no cárcere
se torna mais palatável. O comportamento agressivo
dos presos envolvidos nesses projetos diminui e eles
convivem melhor com outros encarcerados e com os policiais.
Isso ocorre porque a lida com animais funciona também
como ocupação e válvula de escape
para o stress do confinamento. Os cachorros que participam
do programa são escolhidos em lares para animais
abandonados. Para integrar o time de treinadores, o
detento precisa ter bom comportamento e, no mínimo,
dois anos de pena por cumprir. Cada cão fica
sob a responsabilidade de apenas um presidiário,
num período que vai de dez a dezesseis meses.
Durante esse tempo, voluntários (que não
estão presos, é claro) encarregam-se de
levar os cachorros para passear na rua, a fim de familiarizá-los
com o ambiente externo.
Um episódio
real, ocorrido nos Estados Unidos, ganhou as telas de
cinema em 1962, com O Homem de Alcatraz, do diretor
John Frankenheimer. O filme conta a história
de um assassino condenado à prisão perpétua
que muda radicalmente de comportamento depois de encontrar
e salvar um passarinho da morte, no pátio do
presídio. Tanto que ele se torna um ornitólogo
autodidata de renome internacional. No fim dos anos
70, uma lei americana permitiu a criação
de animais de estimação nas cadeias americanas.
Mas a iniciativa de levar os animais para trás
das grades ganhou força no início dos
anos 80, por iniciativa de uma freira dominicana e um
professor aposentado de medicina veterinária.
Na mesma ocasião em que a zooterapia começou
a firmar-se na área médica.
;e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem 1 REIS 17/4
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