segunda-feira, 8 de outubro de 2012

VEJAM EMPRESAS QUE ABREM VAGAS PARA PRESIDIARIOS E EX-PRESIDIARIOS

CNJ homenageia seis empresas do ES parceiras no Começar de Novo


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu, o selo Começar de Novo a seis empresas capixabas que oferecem vagas de trabalho a presos e egressos do sistema carcerário. As empresas homenageadas foram: Montalvani Engenharia, RDJ Engenharia, Cidade Engenharia, Habitar Construtora e Incorporadora, Bozi Construtora e Incorporadora e Marca Ambiental. O selo, que visa reconhecer o esforço das empresas na ressocialização de ex-detentos que enfrentam dificuldades em encontrar emprego, foi concedida durante o workshop sobre o programa promovido pela Secretaria de Estado da Justiça, em parceria com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) e o CNJ a empresários do Estado.

O evento contou com a participação de representantes dos sindicatos da Indústria Metalúrgica e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), e da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo (Sindicopes). “O Espírito Santo começou a reverter seus índices criminais porque está oferecendo aos internos o atendimento que lhes é de direito. O interno não precisa de privilégios, apenas de um tratamento digno, que ofereça alternativas à mera punição”, destacou o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Luciano Losekann.
A Secretaria de Justiça do Espírito Santo tem 89 convênios com empresas de diversos ramos de atividades – gráficas, corte e costura e construção civil – que empregam 1.300 detentos dos regimes semi-aberto e fechado. Os convênios têm como base decreto estadual que determina às empresas contratadas para obras ou serviços públicos a reserva de 6% das vagas para a contratação de detentos e egressos do sistema penitenciário.

O secretário da Justiça do ES, Ângelo Roncalli, ressaltou aos empresários presentes a importância da mudança de foco no tratamento aos detentos. Para Roncalli, educação, tratamento digno e oportunidades de trabalho são os pilares da ressocialização completa do indivíduo em privação de liberdade. “Cabe a nós, gestores, criar dentro da prisão um ambiente que favoreça a mudança. Não queremos ofertar uma mão de obra crua e para isso temos parceria com entidades de ensino. Queremos que os empresários possam receber profissionais aptos para desempenhar as funções solicitadas”, garantiu o secretário.
Presente no seminário, o ex-detento Roberto Alves, atualmente empresário, relatou a importância de projetos como o Começar de Novo para a recuperação dos presos. “Em 2001, cometi um erro que me levou à prisão, mas lá tive oportunidades que moldaram meu caráter e mudaram meu pensamento. Depois de receber a oportunidade, tive vontade de acertar e desde então só tenho coisas boas para contar das experiências que vivi”, afirmou.
Homenageados - O diretor da Montalvani Engenharia, Montalvani Lima, fez questão de elogiar o trabalho de inclusão social e estimular os empresários presentes. “Conheci o sistema prisional há sete anos quando fiz uma visita durante meu curso de Direito e me apaixonei completamente pela causa. É realmente muito prazeroso ver que as pessoas realmente se recuperam. Em sete anos, nunca tive um problema sequer”, afirmou.
Também parceiro da Sejus, o empresário Ilson Bozi, da Bozi Construtora e Incorporadora, deixou seu recado. “Eu trabalho com internos há 15 anos e quero tranquilizar os empresários: nunca vi problema algum nisso. O desempenho dos funcionários é excelente, tanto que, quando ganham a liberdade, faço o máximo para contratá-los. Atualmente tenho nove egressos trabalhando na minha empresa, todos com ótima avaliação minha e dos clientes”, revelou Bozi.

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