Os próximos na fila seriam os do Pavilhão D, mas um acordo firmado entre governo do Estado e Justiça determina que os apenados do C, temporariamente em Montenegro, sejam acomodados em Canoas até o fim do ano.
— Existe esse acordo e deve ser respeitado. O que provavelmente iremos fazer é transferir os presos do Pavilhão C para Canoas e encaminhar os do D para Montenegro e Venâncio Aires — afirma o superintendente da Susepe, Gelson Treiesleben.
O acerto considerava que o Complexo Prisional de Canoas, com 2.415 vagas (todas para presos do Presídio Central), pudesse ser ativado ainda em 2014, mas a obra atrasou. O juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execuções Criminais da Capital (VEC), não acredita que a ginástica proposta pela Susepe seja viável, porque Montenegro pertence a outra VEC, e novo acerto seria necessário.
Além disso, Canoas 1 não comporta todos os detentos do Pavilhão C, seria preciso liberar mais alas do novo complexo, o que só deve acontecer, gradualmente, no próximo ano. Sem contar que os detentos do Pavilhão D não sairiam pacificamente do Central, segundo o juiz.
— A transferência do Pavilhão C só foi viabilizada após muita negociação e com a condição de que iriam para Canoas. É preciso primeiro resolver essa questão para depois pensar em remover os detentos do Pavilhão D — diz Brzuska.A tentativa de reduzir a população carcerária do Central é antiga. O primeiro governador a mencionar a desativação do Central foi Antônio Britto (PMDB), em 1995. Pressionado pela fuga de 45 presos durante uma rebelião, Britto determinou estudos para desocupar a cadeia até 1998. Em 2006, Germano Rigotto (PMDB) listou projetos para criar vagas e desativar o presídio. Dois anos depois, Yeda Crusius (PSDB) anunciou que a decisão de implodir o Central estava tomada. Tarso renovou a promessa e deu início à desativação, mas deixará o Piratini sem conseguir concretizá-la completamente.
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