terça-feira, 17 de julho de 2012

Presos pedalam para a liberdade

Pedalando bicicleta


O magistrado explica que o projeto tem muitas vantagens, como resgatar a autoestima dos presos, que passam a se sentir úteis. “Outro ponto importante é que o presídio deixa de ser visto apenas como um lugar ruim. Os presos estão iluminando uma praça e isso melhora a segurança para a comunidade”, afirma José Henrique Mallmann. Para o juiz, um projeto como esse também coloca em discussão a execução penal. “As pessoas percebem que o preso, com restrições, pode participar de alguma forma da vida em sociedade”, diz.

Para que o projeto fosse colocado em prática, o juiz aproveitou bicicletas velhas e sem registro que estavam guardadas na delegacia. A partir daí, várias instituições e a comunidade deram a sua contribuição. “Os amigos do diretor do presídio fizeram a montagem das bicicletas com a aparelhagem. Um cidadão doou um equipamento para transformar os watts gerados em volts. Outro grupo, que tinha conhecimentos técnicos, criou um aparelho para medir a quantidade de energia produzida”, descreve.

Segundo o juiz, cada bicicleta pode ser usada por três presos, que se revezam nas pedaladas ao longo do dia. “A repercussão foi maior do que eu imaginava. Recentemente, recebemos um e-mail de Brasília, com pessoas se oferecendo para doar mais bicicletas para o projeto”, conta o magistrado. Atualmente, há 130 presos no presídio em Santa Rita do Sapucaí.


Quatro bicicletas velhas, apoiadas em cavaletes e ligadas a alternadores e a baterias são a novidade, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, na execução penal. O projeto Pedalando para a Liberdade, iniciado há dois meses, usa as pedaladas dos detentos para a geração de energia na cidade. A cada 16 horas pedaladas, o preso tem a remissão de um dia de sua pena. Até o fim do ano, a meta é que o projeto alcance 30 detentos com o uso de dez bicicletas.

O juiz José Henrique Mallmann, da 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude de Santa Rita do Sapucaí, conta que leu na Internet sobre uma experiência similar em uma academia norte-americana. “Achei que seria útil que os presos pedalassem. Montamos a estrutura no presídio e selecionamos oito detentos, com bom comportamento, para participar. Hoje, tenho uma lista de espera de presos interessados”, diz.

A energia gerada está sendo usada para iluminar uma praça na avenida Beira-Rio, um ponto tradicional de caminhada na cidade. Atualmente, o trabalho é suficiente para que dez lâmpadas sejam acesas. No futuro, no entanto, o objetivo é ampliar o trabalho para que todas as 34 lâmpadas da praça sejam acionadas.

Fontes:Portal HD e TJMG

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