quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HOMEM ACUSADO DE MAIS DE 50 ASSASSINATO SAI DE PRESIDIO DEPOIS DE 27 ANOS DE PRISAO COMO PASTOR CAPELAO

O ex-policial Florisvaldo de Oliveira, de 50 anos, conhecido como Cabo Bruno, que participou de um grupo de extermínio nos anos 80, na zona sul da capital paulista, deixará a prisão nesta quinta-feira. Acusado de mais de 50 assassinatos e condenado a 120 anos de prisão, Cabo Bruno deixará a penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, conhecida como P2, interior do estado, após cumprir pena de 27 anos.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, foi concedido indulto pleno do restante da pena. Com a decisão ficam extintos os débitos pendentes com a Justiça.

Em 2009, Cabo Bruno foi submetido a um exame de personalidade, feito por psiquiatra, psicólogo e assistente social. Por ter um parecer favorável, conseguiu o benefício para deixar o regime fechado e cumprir a pena no regime semiaberto.

No início do mês, ele deixou o presídio pela primeira vez, para a saída temporária de Dia dos Pais. Ficou fora do dia 8 até 13 de agosto.

“Esquadrão da morte”

O ex-policial dizia que matava porque “odiava bandidos”, mas muitas execuções teriam sido feitas com base apenas na aparência das vítimas. Para ele, qualquer tatuagem indicava que a pessoa era criminosa, especialmente se fosse de algum motivo religioso.

Durante o período em que esteve preso, fugiu três vezes - a última fuga foi em 1991. Depois, se converteu. Virou evangélico e capelão na penitenciária. Ele se casou com uma cantora e radialista gospel que fazia trabalho voluntário no presídio.

"Ele não gosta de falar no passado e afirma que está recuperado. Vários diretores do presídio elogiaram a sua conduta, o seu comportamento durante esses anos. Antes de dar o parecer, pedi declaração do diretor da unidade. E como já tinha sido feita uma avaliação em 2009, não havia necessidade de repetir o exame. Por isso, concordei com a saída dele", afirma o promotor Paulo José de Palma, responsável pelo processo do Cabo Bruno, que encaminhou um parecer favorável ao indulto para a decisão final da Vara Criminal.

A Secretaria de Administração Penitenciária não informou, até às 13h desta quinta-feira, qual o horário da saída do Cabo Bruno de Tremembé.
Tela pintada pelo Cabo Bruno (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Tela pintada pelo Cabo Bruno (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Além do trabalho na horta, Cabo Bruno divide o tempo na prisão com a missão de pastor evangélico, celebrando cultos nos fins de semana na capela da P2 – construída pelos próprios presos – e com a pintura de telas. Autodidata, Florisvaldo aprendeu a pintar quadros em 1996, quando esteve preso na Casa de Custódia de Taubaté.
Agora Pastor Florisvaldo de Oliveira
"E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo." (Atos 9 : 26)

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