PENITENCIÁRIA DE SEGURANÇA MÉDIA DE COLATINA DÁ EXEMPLO NA RESSOCIALIZAÇÃO DOS PRESOS.
Enquanto o sistema penitenciário capixaba convive com um colapso estrutural, a Penitenciária de Segurança Média Estadual de Colatina – PSMECOL, que fica nas proximidades do Horto Florestal, torna-se, a cada dia, referência no tratamento e ressocialização de seus deten-tos.
Inaugurada em julho de 2005, a PSMECOL, que é diri-gida pelo Estado, porém conta com toda prestação de serviço gerida pela iniciativa privada, nunca registrou uma grande rebelião. “Não damos colher de chá a ninguém, cobramos respeito. Aqui, por exemplo, se alguém queima colchão ou faz baderna tem que se explicar e, na maioria das vezes, é transferido para outro presídio”, disse o diretor da unidade Dr. Emídio José Venturim.
Segundo o Dr. Emídio, o sistema de terceirização da penitenciária traz grandes benefícios não só para o preso, mas também para toda a sociedade. “É comum a população pensar que o preso não merece tratamento digno. Alguns cidadãos chegam a se revoltar quando ouvem falar que se gasta, anualmente, milhões com as penitenciárias. Por outro lado, temos que ter consciência de que o preso não é o outro, mas sim, um cidadão que, na maioria das vezes, foi subjugado e que não teve oportunidades na vida. Aqui, damos a eles chances. Quem realmente quer, sai daqui ressocializado e tem condições de nunca mais voltar ao mundo do crime”, disse o diretor.
Uma estimativa aproximada da direção do presídio aponta que 65% dos detentos têm entre 18 e 30 anos e, na sua grande maioria, foram condenados por furto e roubo.
RESSOCIALIZAÇÃO
“Todo contato com um preso traz, em contrapartida, uma reação, nunca se sai no zero a zero. Ou você contribui para sua ressocialização ou fomenta, ainda mais, sua revolta. Creio que a opção do Estado por fazer nesse presídio a experiência da ter-ceirização foi acertada. Ao contrário dos outros presídios, onde a polícia militar é responsável pela guarda, temos, aqui, um agente penitenciário neutro, que passa por um treinamento específico, anda desarmado e que em nenhum momento conviveu com o estresse que é próprio do policiamento extensivo ou ostensivo. Ele tem interesse e deve ter como objetivo a busca pela ressocialização e isso, dum policial militar, não se pode cobrar”, disse Venturim.
Dentro da rotina diária do presídio, segundo informação da direção, várias são as atividades desenvolvidas, sendo que, aproximadamente, 70% dos presos ou trabalham ou estudam. “Infelizmente, há uma média de 30% de detentos que não aceitam trabalhar ou estudar. Pensam eles que suas vidas estão perdidas e que a busca pela profissionalização não faz mais sentido”, destacou Gilberto Lopes de Jesus Junior, assistente de direção da unidade.
Muitos presos estudam um turno – numa sala de aula mantida pelo governo do Estado, onde se cursa até a 7ª série e trabalham noutro, em áreas que vão deste confecção, lixagem, até artesanato e pinturas. Cada três dias trabalhados beneficia o preso com a remição de um dia de pena.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Algumas empresas de Colatina dão exemplo de responsabilidade social. A GB Lavanderia e Tinturaria, por exemplo, é pioneira, mundialmente, no desenvolvimento de processos artesanais de lavanderia dentro de presídios, conforme atestado da ANEL . “Com um projeto intitulado Renascer, oferecemos ao detento uma renda satisfatória, que varia de acordo com sua produção, além de treinamentos e qualificação”, disse Marco Britto, um dos dirigentes da empresa.
O exemplo da GB não se restringe aos trabalhos dentro dos presídios. Segundo informações da empresa, muitos ex-detentos já foram efetivados como funcionários em várias empresas de Colatina, após deixarem o cárcere. “A possibilidade de ressocialização dos presos ainda é considerada utopia por alguns críticos. Por outro lado, existe um bom número de empresários que já perceberam que investir em responsabilidade social é, também, uma missão, e, no caso das lavanderias e confecções, uma camisa a ser vestida”, disse Marco Britto.
A GB Lavanderia e Tinturaria conta com um parque industrial tanto dentro do PRCOL – Penitenciária Regional de Colatina, quanto dentro do PSMECOL, atendendo um total de 41 presos. A empresa também disponibiliza, dentro das penitenciárias, um funcionário que coordena todos os trabalhos de lixamento.
O detento Carlos Alberto dos Santos, 29 anos, que já cumpre pena há dois anos e nove meses, afirmou que a oportunidade ofertada pela GB irá contribuir, significativamente, para seu futuro. “Já me sinto capaz de, ao deixar o presídio, assumir as responsabilidades de um emprego. Ao término de minha pena, daqui a aproximadamente um ano, pretendo procurar uma empresa da área, para trabalhar com lixamento de jeans”, disse Carlos Alberto que, mensalmente, garante, de dentro do presídio, uma renda satisfatória para o sustento de sua família.
PÉSSIMOS EXEMPLOS
Na árdua tarefa de separar o joio do trigo existem, também, aqueles que mais atrapalham do que contribuem. Muitos são os empresários que, mesmo sabendo da qualificação e capacidade dos ex-detentos, ignoram sua presença no mercado de trabalho, não admitindo, de maneira alguma, aqueles que, nos presídios, já pagaram pelos seus crimes. “Fui procurado esses dias por um rapaz, superqualificado, que pagou pena aqui. Ele me disse que, recentemente, foi demitido de uma fábrica da cidade logo que souberam que ele era ex-presidiário. Isso é muito triste, não só para o preso, mas, também, para nós que trabalhamos, diariamente, em prol da valorização dessas pessoas, desses cidadãos. É, sem dúvida, um péssimo exemplo que não deve ser seguido”, disse Dr. Emídio, completando, “eu só trabalho com o que acredito e se eu estou aqui, hoje, é porque acredito que a ressocialização do preso é a melhor solução”.
Enquanto o sistema penitenciário capixaba convive com um colapso estrutural, a Penitenciária de Segurança Média Estadual de Colatina – PSMECOL, que fica nas proximidades do Horto Florestal, torna-se, a cada dia, referência no tratamento e ressocialização de seus deten-tos.
Inaugurada em julho de 2005, a PSMECOL, que é diri-gida pelo Estado, porém conta com toda prestação de serviço gerida pela iniciativa privada, nunca registrou uma grande rebelião. “Não damos colher de chá a ninguém, cobramos respeito. Aqui, por exemplo, se alguém queima colchão ou faz baderna tem que se explicar e, na maioria das vezes, é transferido para outro presídio”, disse o diretor da unidade Dr. Emídio José Venturim.
Segundo o Dr. Emídio, o sistema de terceirização da penitenciária traz grandes benefícios não só para o preso, mas também para toda a sociedade. “É comum a população pensar que o preso não merece tratamento digno. Alguns cidadãos chegam a se revoltar quando ouvem falar que se gasta, anualmente, milhões com as penitenciárias. Por outro lado, temos que ter consciência de que o preso não é o outro, mas sim, um cidadão que, na maioria das vezes, foi subjugado e que não teve oportunidades na vida. Aqui, damos a eles chances. Quem realmente quer, sai daqui ressocializado e tem condições de nunca mais voltar ao mundo do crime”, disse o diretor.
Uma estimativa aproximada da direção do presídio aponta que 65% dos detentos têm entre 18 e 30 anos e, na sua grande maioria, foram condenados por furto e roubo.
RESSOCIALIZAÇÃO
“Todo contato com um preso traz, em contrapartida, uma reação, nunca se sai no zero a zero. Ou você contribui para sua ressocialização ou fomenta, ainda mais, sua revolta. Creio que a opção do Estado por fazer nesse presídio a experiência da ter-ceirização foi acertada. Ao contrário dos outros presídios, onde a polícia militar é responsável pela guarda, temos, aqui, um agente penitenciário neutro, que passa por um treinamento específico, anda desarmado e que em nenhum momento conviveu com o estresse que é próprio do policiamento extensivo ou ostensivo. Ele tem interesse e deve ter como objetivo a busca pela ressocialização e isso, dum policial militar, não se pode cobrar”, disse Venturim.
Dentro da rotina diária do presídio, segundo informação da direção, várias são as atividades desenvolvidas, sendo que, aproximadamente, 70% dos presos ou trabalham ou estudam. “Infelizmente, há uma média de 30% de detentos que não aceitam trabalhar ou estudar. Pensam eles que suas vidas estão perdidas e que a busca pela profissionalização não faz mais sentido”, destacou Gilberto Lopes de Jesus Junior, assistente de direção da unidade.
Muitos presos estudam um turno – numa sala de aula mantida pelo governo do Estado, onde se cursa até a 7ª série e trabalham noutro, em áreas que vão deste confecção, lixagem, até artesanato e pinturas. Cada três dias trabalhados beneficia o preso com a remição de um dia de pena.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Algumas empresas de Colatina dão exemplo de responsabilidade social. A GB Lavanderia e Tinturaria, por exemplo, é pioneira, mundialmente, no desenvolvimento de processos artesanais de lavanderia dentro de presídios, conforme atestado da ANEL . “Com um projeto intitulado Renascer, oferecemos ao detento uma renda satisfatória, que varia de acordo com sua produção, além de treinamentos e qualificação”, disse Marco Britto, um dos dirigentes da empresa.
O exemplo da GB não se restringe aos trabalhos dentro dos presídios. Segundo informações da empresa, muitos ex-detentos já foram efetivados como funcionários em várias empresas de Colatina, após deixarem o cárcere. “A possibilidade de ressocialização dos presos ainda é considerada utopia por alguns críticos. Por outro lado, existe um bom número de empresários que já perceberam que investir em responsabilidade social é, também, uma missão, e, no caso das lavanderias e confecções, uma camisa a ser vestida”, disse Marco Britto.
A GB Lavanderia e Tinturaria conta com um parque industrial tanto dentro do PRCOL – Penitenciária Regional de Colatina, quanto dentro do PSMECOL, atendendo um total de 41 presos. A empresa também disponibiliza, dentro das penitenciárias, um funcionário que coordena todos os trabalhos de lixamento.
O detento Carlos Alberto dos Santos, 29 anos, que já cumpre pena há dois anos e nove meses, afirmou que a oportunidade ofertada pela GB irá contribuir, significativamente, para seu futuro. “Já me sinto capaz de, ao deixar o presídio, assumir as responsabilidades de um emprego. Ao término de minha pena, daqui a aproximadamente um ano, pretendo procurar uma empresa da área, para trabalhar com lixamento de jeans”, disse Carlos Alberto que, mensalmente, garante, de dentro do presídio, uma renda satisfatória para o sustento de sua família.
PÉSSIMOS EXEMPLOS
Na árdua tarefa de separar o joio do trigo existem, também, aqueles que mais atrapalham do que contribuem. Muitos são os empresários que, mesmo sabendo da qualificação e capacidade dos ex-detentos, ignoram sua presença no mercado de trabalho, não admitindo, de maneira alguma, aqueles que, nos presídios, já pagaram pelos seus crimes. “Fui procurado esses dias por um rapaz, superqualificado, que pagou pena aqui. Ele me disse que, recentemente, foi demitido de uma fábrica da cidade logo que souberam que ele era ex-presidiário. Isso é muito triste, não só para o preso, mas, também, para nós que trabalhamos, diariamente, em prol da valorização dessas pessoas, desses cidadãos. É, sem dúvida, um péssimo exemplo que não deve ser seguido”, disse Dr. Emídio, completando, “eu só trabalho com o que acredito e se eu estou aqui, hoje, é porque acredito que a ressocialização do preso é a melhor solução”.
LEMBRAI-VOS DOS PRESOS ..... Hebreus 13/3 |
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