quinta-feira, 4 de setembro de 2014

POLITICA E CRISTIANISMO : ÓLEO E ÁGUA!!

A conversão do Imperador romano Constantino é considerado o fato mais emblemático na história do Cristianismo, depois dos relatos bíblicos. Como decorrência desta "conversão" em 313, ele assinou um decreto, conhecido como "Edito de Milão" ou "Edito da Tolerância", no qual a religião surgida a partir dos ensinamentos de Jesus Cristo deixou para trás os tempos de clandestinidade no Império Romano, (porém o reconhecimento como a religião oficial do Império só viria a acontecer mais tarde, com Teodósio). Além disso, a promulgação do Edito serviu como ponta-pé inicial para a Igreja de Roma, aos poucos, alcançar a primazia religiosa que sustenta até hoje.

A explicação oficial para esta, suposta, conversão é que na noite anterior à uma das inúmeras batalhas empreendidas pelo exército dirigido por Constantino, este teria sonhado com uma cruz, na qual havia a seguinte inscrição:

"Sob este símbolo vencerás!"

Na manhã seguinte, ele ordenou que fosse pintada uma cruz em todos os escudos da soldadesca e a batalha resultou numa esmagadora vitória do seu exército. A partir daquele momento, Constantino, passou a se confessar cristão. Sendo esta a razão, inclusive, para a cruz ter se tornado o símbolo do cristianismo.

Entretanto, a despeito deste relato, não me convenço que houve uma conversão sincera. Me parece que Constantino enxergou no cristianismo um meio de consolidar seu poder, já que após a vitória na citada batalha, ele se convertera no único soberano do lado ocidental do Império e os cristãos formavam o único grupo que não o via como seu Senhor Supremo.

Sem esquecer que grande parte dos cristãos daquela época, preferiam a morte, a ter de participar de rituais não-cristãos, muitos pagando com a própria vida por tamanha "desfaçatez". Esses "mártires", como ficaram conhecidos, morriam por amor à sua causa, o que certamente deixava os integrantes do alto comando romano, bem como o próprio Constantino, perplexos diante de tamanho nível de entrega.

Vale ressaltar ainda que um antigo historiador chamado Políbios, certa vez, ao analisar as crenças gregas e romanas, ao final concluiu que os romanos tendiam a praticar menos iniquidades que os gregos, pois acreditavam na existência do inferno.

Diante destes fatos, Constantino como grande estrategista, provavelmente, entendeu que uma vez controlando esta religião, teria sob suas ordens um excelente contingente humano. Isto é, o Cristianismo, lhe seria muito útil, ainda que sinceramente não acreditasse nele.

Enfim, a "conversão" de Constantino, provavelmente não ocorreu - lembrando que seu batismo se deu apenas em seu leito de morte - ele apenas enxergou na crescente religião um instrumento para unir um Império que já dava sinais de desgaste.

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