A pesquisa “O Problema da Insegurança nas Grandes Áreas Urbanas da Argentina: Fatores que Influem no Risco de Sofrer um Crime e a Sensação de Insegurança”, realizada pelo Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina, entrevistou 2.530 pessoas de janeiro de 2009 a dezembro de 2010 e abrangeu 420 pontos de amostragem nos principais conglomerados do país.
Duzentos entrevistadores cobriram a Grande Buenos Aires e as cidades de Córdoba, Salta, Mendoza, Resistencia, Paraná, Neuquén e Bahía Blanca.
De 2009 a 2010, o número de vítimas de baixa renda aumentou de 16,7% para 25,3%, afirma Carolina Moreno, uma das pesquisadoras líderes.
A sensação de insegurança nos bairros carentes cresceu de 66,6% para 76,2% no mesmo período, ressalta Carolina, acrescentando que a falta de uma presença policial consistente é a principal causa do aumento.
“A relação entre vigilância policial e insegurança se acentua ainda mais entre lares e habitantes de bairros ou assentamentos precários”, diz Carolina. “Além disso, a influência do tráfico de drogas acentua o problema da insegurança.”
Em 2010, 28,4% dos domicílios entrevistados afirmaram que eram afetados pelo tráfico de drogas. A situação piora nos setores mais vulneráveis, onde 35% dos lares de baixa renda e 48,3% dos moradores de locais precários afirmaram viver em áreas com problemas relacionados ao narcotráfico, comparado a 21,5% dos lares de classe média e alta, e 23,5% dos que moram em áreas urbanas.
Carolina Moreno, uma das pesquisadoras líderes do Observatório da
Dívida Social da Universidade Católica da Argentina, afirma que a falta
da presença consistente da polícia é a principal causa do aumento na
denúncia de crimes e na sensação de insegurança. (Cortesia da
Universidade Católica da Argentina)
“Não se está seguro em lugar nenhum”, lamenta Carmen, que hoje mora na cidade de Buenos Aires. “Fui assaltada sete vezes em San Martín, todas à mão armada. A droga está presente em todas as esquinas. Os vizinhos fizeram um abaixo-assinado, mas ninguém nos escutou.”
O governo, entretanto, discorda dos resultados da pesquisa.
César Albarracín, subsecretário de Política Criminal de Buenos Aires, responsável pela segurança da província mais populosa do país afirma que “os dados que realmente importam são os publicados pela Procuradoria Geral da Suprema Corte de Justiça da Província de Buenos Aires, que registram um decréscimo geral nos crimes”.
Os casos de estupro também diminuíram de 1.188 em 2009 para 1.012 em 2010, enquanto os homicídios saltaram de 204 em 2009 para 222 em 2010.
Os dados oficiais foram obtidos de investigações criminais preparatórias iniciadas diariamente em todos os departamentos judiciais do distrito. A diferença entre estas estatísticas e as da Universidade Católica da Argentina é que as autoridades não detalharam as informações por bairro.
Alborracín diz que a polícia tem avançado na questão da segurança da província de Buenos Aires.
“As polícias das províncias estão voltadas à prevenção dos crimes”, diz. “Otimizamos o serviço de emergência 911 e as câmeras de segurança que instalamos também melhoraram a segurança geral.”
..e viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra ... |
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