domingo, 13 de dezembro de 2015

PRESÍDIOS DO PARANÁ : NOVOS EQUIPAMENTOS DE INSPEÇÃO ELETRÔNICA AUMENTA O NIVEL DE SEGURANÇA .

Novos equipamentos de inspeção eletrônica serão distribuídos para as penitenciárias de todo o Estado. Os aparelhos foram adquiridos pelo Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

A ação visa aumentar o nível de segurança nas prisões brasileiras, evitando o ingresso de itens proibidos nas unidades prisionais, como armas, drogas e telefones celulares, além de proporcionar a humanização dos procedimentos de inspeção, evitando a realização da revista vexatória.

A entrega simbólica dos equipamentos foi realizada na última quinta-feira (26), na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), na Região Metropolitana de Curitiba. Marcos Gomes Barbosa, assessor da diretoria de Políticas Penitenciárias do Depen Nacional, entregou uma esteira de raio X que será utilizada na unidade, para o diretor do Depen do Estado, Luiz Alberto Cartaxo Moura. 


O diretor do Depen do Paraná, falou sobre a boa relação entre as instituições e a importância desses novos equipamentos que irão auxiliar nos procedimentos de revistas de pessoas e sacolas que ingressam nas penitenciárias. Ele também ressaltou a preocupação do órgão em capacitar os servidores que vão operar esses equipamentos. 

"É muito importante a iniciativa do Depen Nacional em fornecer o treinamento para a utilização desses aparelhos, até porque a utilização correta, de forma adequada, só melhora a qualidade do serviço prestado pelo agente penitenciário", afirma Cartaxo. 

Segundo o assessor do Depen Nacional, o órgão realizou um estudo para adquirir os equipamentos e a distribuição seguiu alguns critérios. "o Depen elaborou o processo e fez a aquisição desses equipamentos, usamos alguns critérios de distribuição como número de unidades prisionais e populações carcerárias", explica Barbosa. 

Equipamentos - No total, foram entregues 5 esteiras de raio X, 24 portais detectores de metal, 85 detectores manuais de metal e detectores de metal tipo banqueta, que serão distribuídos nos próximos dias para unidades penais ligadas ao Depen do Paraná. 

Capacitação - Além da entrega dos itens, o Depen, por meio da Escola Nacional de Serviços Penais (Espen), está capacitando os agentes penitenciários para a operação dos equipamentos, com ênfase em procedimentos de revista humanizada.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

CEEBJA MARIO FARACO : USINA DE CONHECIMENTO PARA OS PRESIDIÁRIOS DO PARANÁ!


O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens Adultos (Ceebja) Mário Faraco, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, teria todos os requisitos para ser invisível. Funciona na PCE – a Penitenciária Central do Estado –, longe dos olhos de seus quase 3 milhões de vizinhos. Longe até mesmo de quem frequenta o presídio. Para chegar à sede da escola é preciso cruzar boa parte dos 72 mil metros quadrados da instituição. Os próprios professores e servidores – 151 ao todo – têm dificuldade em se encontrar: eles se dividem em 15 diferentes unidades do sistema, às quais chegam, não raro, cruzando estradinhas secundárias, dignas de um rally da selva. Sem falar na tensão constante, presumível por qualquer um que tenha visto um noticiário de rebelião.Apesar dessa soma de dificuldades, na última década o Ceebja Mário Faraco se tornou uma usina de conhecimento, merecedor de se tornar um centro de referência de “educação em cela de aula”, como se diz no meio. O colégio onde estudam 10% dos inquilinos da PCE serviu de inspiração para quatro mestrados concluídos e mais cinco mestrados e dois doutorados em andamento, além de sete pesquisas de PDE – um plano de desenvolvimento criado pelo governo Requião para alavancar a capacitação dos professores. Nem escolas como Papa João XXIII e o São Luiz alcançaram tal ranking.
T.T, 33 anos, mostra a mão mutilada durante um assalto. Além da volta à escola, faz trabalhos voluntários: contas e mais contas para sair.
Os estudos vão de como a ensinar Química e Matemática para a população prisional – há muito apartada do ensino ou nunca dele, de fato, participante – chegando a questões de fundo, como a análise dos discursos dos detentos, drogadição ou a condição da mulher atrás das grades. “Havia pouco material sobre as presidiárias, daí minha escolha”, observa a bióloga e psicóloga Ires Aparecida Falcade Pereira, doutoranda e autora de uma dissertação defendida na UFPR em 2013, a partir de entrevistas, cartas e rodas de conversa com uma dezena de presas entre 18 e 34 anos.

“Das tripas...”

A pesquisa impressiona duplamente – por convidar as detentas a falarem sobre as noções de “justiça” e “cuidado”; e por conseguir que elas o fizessem uma diante da outra, num exercício de civilidade e democracia que nunca fez parte de suas biografias, ou tampouco da rotina das grades. Tarefas assim – corriqueiras em qualquer centro de ensino – ali exigem que o professor faça das tripas coração. A logística é de guerra.
Presos em regime fechado só podem ir para a “cela de aula” acompanhados de um agente carcerário. O transporte é feito a pé, com nunca mais do que três presos de cada vez, a distâncias que podem chegar perto de um quilômetro. Contas feitas, um único agente consumiria 16 quilômetros, entre idas e voltas, para acomodar 25 alunos numa classe. Ameaças de rebeliões e a crônica falta de agentes fazem com que essas rotinas sejam quebradas, o que arruína o aprendizado.
M.P.M, 34 anos, em sala de aula, no Parque Agrícola da PCE. “Passei 11 anos no fechado. Já paguei o que devia. Vim por causa da remição da pena. Tenho filhos para criar e preciso sair. Gostei. Vou continuar.”
Aprendizado de uns poucos, diga-se. A contrário do que se pensa, o sistema de ensino nos complexos penitenciários não é universal. Há fila dignas do Círio de Belém para alçar uma vaga. Hoje, dos 18 mil encarcerados no sistema prisional paranaense, apenas 1,6 mil frequentam alguma unidade do complexo “Mário Faraco”. Presos acotovelam-se – e não necessariamente por sede de saber, mas para conseguir reduções da pena.É uma lenha – “os professores têm de mobilizar os alunos para mostrar que a educação vai fazer diferença para ele. Esse convencimento ocorre num ambiente em que os educadores ficam separados por grades, em que um lápis precisa ser devolvido, porque pode virar arma. Ensinar nessas condições exige muita habilidade”, comenta a pesquisadora Araci Asinelli da Luz, da UFPR, ligada à educação prisional. “Às vezes, é frustrante. A gente trabalha porque acredita, mas percebe a carência deles. São oriundos de gerações privadas de tudo. A maioria vivia de bicos antes de chegar aqui. Não conheceram a escola”, complementa Ires Falcade, que organizou com Araci o livro O espaço prisional, lançado pela Appris em 2014.TTudo isso é para dizer que quando pesquisadores do Ceebja conseguem fazer uma roda e provocar os presos e presas a falarem, venceram uma São Silvestre. “Eles são desconfiados”, observa Ires, do alto da experiência de quem encarou uma das falsas “bonanças” do sistema prisional: as mulheres. A pesquisadora estima que 70% delas foram presas pelo coração – companheiros, amantes e maridos eram traficantes e as envolveram na comercialização. Poucas mataram. Raras reincidem no crime, mas crescem em número: são hoje 7% da população carcerária.
Pastor Hugo Chavez parceria com o CEEBJA para ministrar curso de língua espanhola no presídio feminino.
Suas vidas rendem um filme triste: 90% são abandonadas pelos companheiros que protegeram. Eles não formam filas para as visitas íntimas. Muitas têm filhos entregues a abrigos. Mais empenhadas do que eles em não voltar para atrás das grades, contudo, a prisão lhes é mais penosa. “O presídio foi feito para os homens, não para elas”, lembra Ires, ao invocar particularidades como a menstruação e a gravidez. Dá para imaginar.“A mulher é triplamente discriminada. Além de mulheres, são pobres e presas”, ilustra. Nas entrevistas individuais com Ires, as presas foram previsíveis. Disseram terem sido cuidadas, porque tiveram casa e comida. Declararam-se bandidas e merecedoras das agruras do cárcere. Mas nos chamados grupos focais – uma metodologia lúdica, que permite receber a fala do outro como um estímulo para rever a própria fala – a conversa ferveu. Vieram à liça relatos de abuso por parte de pais e irmãos, violência bruta e exploração sexual. “Uma delas contou ter se deitado com um homem em troca de um sapato.” São mulheres que nunca foram cuidadas. Entender isso foi um passo para a liberdade. O “Mário Faraco” faz escola.
Fonte Gazeta do Povo
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.  JOÃO 8/32

sábado, 14 de novembro de 2015

O PRESIDIÁRIO QUE VIROU ESCRITOR .

Sandro Marques Melanski, de 39 anos, foi condenado pela Justiça a 74 anos de prisão pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio e assaltos. Ele já cumpriu 18 anos da pena e usou os anos em que esteve privado de sua liberdade para refletir a respeito de escolhas e para mudar a sua história. "Não vejo esses anos como tempo perdido. Aprendi e adquiri sabedoria e conhecimento na prisão", afirma.

Nesta segunda-feira 9 de novembro , Sandro colocou em prática um projeto idealizado dentro da penitenciária: escrever um livro. Preso na Colônia Penal Agroindustrial (CPAI), unidade de regime semiaberto em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, Sandro teve que pedir autorização da Justiça para participar do lançamento do livro “A Teoria do Sentimento - Força que constrói e destrói”. O evento aconteceu na Livrarias Curitiba, no Shopping Palladium, em Curitiba.


O livro, que levou cinco anos para ser escrito, é baseado na experiência de vida de Sandro Melanski e fala do Sistema Espiritual Inteligente – SEI, no qual a pessoa é um representante de forças espirituais, gerador de sentimentos construtivos e destrutivos. Durante a obra, o autor convida o leitor a conhecer e aprender a lidar com essas forças.

Sandro, que é ex-aluno do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) Dr. Mário Faraco, localizado no Complexo Penitenciário de Piraquara, fez questão de frisar a importância do ensino no ambiente prisional. "A educação dentro dos presídios é fundamental, primordial, porque incentiva e abre a mente das pessoas, elas passam a entender que podem alcançar um objetivo", ressalta.


O preso conta ainda que, durante o processo de escrita, estava matriculado em uma disciplina e a professora o auxiliou. "Ela me ajudou muito, sempre que tinha dúvidas eu ia até a sala de aula, perguntava e a professora me auxiliava", conta.

Para a coordenadora de Educação do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen), Glacélia Quadros, a obra lançada por Sandro é uma conseqüência do projeto educacional. “O livro de Sandro Melanski é um grande presente para o sistema prisional e para a sociedade, mostra que todas as pessoas que estão privadas de liberdade são capazes de alcançar o seu objetivo e fazer uma nova caminhada",
afirmou.

Segundo Glacélia, atitudes como esta incentivam o trabalho dos professores no sistema prisional. "Percebemos que o objetivo pelos quais trabalhamos são possíveis de alcançar. Buscamos que nosso trabalho, por meio da educação, se frutifique em ações e atitudes pessoais que se manifestam na presença de suas famílias e também da sociedade", concluiu.

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17

domingo, 8 de novembro de 2015

MAIS DE 600 DETENTOS SÃO ALCANÇADOS PELO MUTIRÃO DE NOVEMBRO EM PIRAQUARA : QUE SEJA BEM APROVEITADA ESTA OPORTUNIDADE !!


Delegacias e Casas de Custódia de Curitiba e Região Metropolitana receberam o 52º mutirão carcerário das penitenciárias, pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF), do Sistema Carcerário de Medidas Socioeducativas.  Durante os trabalhos foram avaliadas mais de 4 mil execuções penais e ouvidos pessoalmente 231 detentos, restando julgados 1.322 benefícios.
Destes, 236 foram progredidos para o regime semiaberto, 224 foram autorizados a cumprir a pena em regime semiaberto mediante monitoramento eletrônico e foram expedidos 202 alvarás de soltura. Os trabalhos foram realizados entre os dias 9 e 27 de outubro e as informações foram divulgadas nesta sexta-feira (6), pelo Tribunal de Justiça.
Participaram das atividades Juízes de Direito, Promotores de Justiça, Defensores Públicos, Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, Departamento de Execução Penal e o Conselho da Comunidade.

Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: “Veja que já estás curado; não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior.”   JOÃO 5/14

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

PELA PRIMEIRA VEZ NO PARANÁ , EXAMES ONLINE PARA OS PRESIDIÁRIOS .

Nesta terça-feira (20/10), foram aplicados pela primeira vez no Paraná, exames online aos presos de unidades prisionais ligadas ao Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen). Elaborados pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), os exames visam à possibilidade de conclusão dos níveis de ensino fundamental e médio. 

Os exames online são ofertados aos detentos que estão matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e desejam ser avaliados na disciplina para conseguir a certificação. Os presos que não estão estudando, mas que desejam a conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio também podem participar. A aprovação acontece caso o aluno alcance no mínimo a média seis em cada disciplina.


A aplicação deste exame no Sistema Prisional do Paraná é possível devido à parceria com a Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos (SEAE), a qual disponibiliza as unidades penais, estrutura com computadores e link de alta velocidade, onde são ofertados, também, cursos na modalidade a distância aos apenados.

Ao todo, foram realizadas 252 inscrições distribuídas nos turnos da manhã, tarde e noite, de acordo com a organização de cada estabelecimento penal. As inscrições foram homologadas de acordo com o número de computadores de cada local e todos os procedimentos de aplicação foram concentrados no Telecentro de cada unidade. 

A coordenadora de educação do Depen, Glacélia Quadros, considera a participação nos exames online fundamental às pessoas em privação de liberdade que necessitam de poucas disciplinas para concluir uma etapa, fundamental ou média. Ela fala ainda, das importantes parcerias constituídas pelo Departamento, que possibilitam esse tipo de ação. "A Secretaria de Estado da Educação não mede esforços para que os apenados possam estudar e concluir seus estudos e a SEAE nos proporciona o Espaço Cidadão para que possamos ofertar a educação a distância por meio virtual e agora também os exames online", conta Glacélia. 


Para o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, “esta é mais uma iniciativa que, novamente, coloca o Sistema Prisional do Paraná na vanguarda das oportunidades educacionais. Queremos um sistema que trabalha pela reinserção dos presos e a educação é fundamental neste processo", afirma. 

 Para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte
              SALMOS 102 / 20